Localização
Avenida da República, 300
2750-475 Cascais
+351 214 826 970
Horário
3ª a domingo: das 10h às 18h
Público Geral: 5€
Residentes: 2.5€

Exposições/

Paula Rego: Desenhar, encenar, pintar/

Paula Rego: Desenhar, encenar, pintar

5 de Dezembro  de 2019 a 8 de Novembro de 2020

Esta exposição reúne uma série de obras que revelam o processo criativo de Paula Rego, através do qual constrói um território figurativo único e pessoal, onde as histórias funcionam como verdadeiras estruturas realistas.

Na sua obra multifacetada o desenho funciona desde sempre como matriz e força transfiguradora das histórias. Nesta exposição apresentam-se desenhos soltos e cadernos de desenho da artista, alguns deles nunca vistos publicamente. Esta seleção inclui variadíssimos desenhos livres, desenhos de modelo, desenhos de composição que estabelecem as coordenadas de um trabalho final habitualmente realizado através das técnicas da pintura ou da gravura. Mas, em grande parte, estes desenhos são execuções gráficas espontâneas, ideias firmadas, reafirmadas, ou mesmo eliminadas e que só têm lugar naquele pedaço de papel, constituindo-se como traduções diretas de uma experiência emotiva numa imagem, reveladoras de um processo de visualidade íntimo.

A partir dos anos 1990 a dimensão espetacular presente no modo como constrói as obras confere-lhes o estatuto de verdadeiros quadros vivos, onde as histórias contadas começam a ser encenadas, representadas e reinterpretadas no seu estúdio, ganhando vida própria através de modelos vivos que seguem as percepções da artista e a sua própria versão das histórias. Quando não encontra o modelo ideal, Rego cria o seu "boneco" tridimensional com uma materialidade fabricada pela imaginação e com o mesmo impulso artístico. Este processo criativo de encenação é trazido para a exposição através da presença de modelos e outros elementos cenográficos.

Destaque-se ainda a mais recente obra de Paula Rego, Orgulho /Pride (da série Sete Pecados Mortais) que é exibida pela primeira vez em Portugal. Esta obra tridimensional, em papier mâché, materiais e tecidos vários, e que representa, em tamanho natural, a rainha consorte de França, Marie Antoinette (1755-1793), é certamente o resultado de um trabalho de continuidade com as criaturas fantásticas que executou entre 1977 e 1978. Durante esse período a artista criou uma série de bonecos em tecido representando personagens dos contos populares: A princesinha grávida; O príncipe perfeito; A princesa da ervilha; As três cabeças de oiro e O gato das botas. A complexidade deste novo trabalho escultórico, que integra outras figuras de menores dimensões, será também o resultado da evolução natural do seu processo de construção dos modelos utilizados para figurarem nas pinturas.

Curadoria: Catarina Alfaro

Paula Rego, Human Cargo, 2007Paula Rego, Human Cargo, 2007