Localização
Avenida da República, 300
2750-475 Cascais
+351 214 826 970
Horário
3ª a domingo: das 10h às 18h
Público Geral: 5€
Residentes: 2.5€

Exposições/

Caçadora Furtiva/

Caçadora Furtiva
Paula Rego
17 de Dezembro de 2015 a 24 de Abril de 2016

Inauguração dia 17 de Dezembro às 18h00


Curadoria: Catarina Alfaro

 

Em 1990 Paula Rego foi convidada a iniciar o projeto de residências de artistas contemporâneos na National Gallery, em Londres. O estatuto de Artista Associada da National Gallery implica a produção de obras que estabeleçam uma relacção direta com esta coleção, durante uma estadia de 18 meses, num atelier situado no piso inferior do museu. O convite não foi logo aceite pela artista:

«Tive muito medo e fiquei com uma certa apreensão! Mas para encontrar o nosso próprio caminho é necessário encontrar a nossa porta, como Alice. Ao tomarmos demasiadamente de uma mistura ficamos grandes demais, depois tomamos demasiado de outra e ficamos pequenos demais. Temos de encontrar a nossa própria entrada para as coisas… e eu pensei que a única maneira de nelas penetrar é, digamos, pela cave…precisamente onde fica o meu estúdio! Assim posso trepar lá acima, apanhar as coisas e trazê-las comigo para a cave, onde posso comê-las. E o que trago aqui para baixo varia imenso, mas trago sempre alguma coisa aqui para a minha toca. Aqui sou uma espécie de caçadora furtiva».

 

Caçadora FurtivaEstudo para o Jardim de Crivelli (Visitação), 1990

 

O encontro, furtivo ou explícito, com as histórias e as imagens que as contam nunca se traduz, na obra de Paula Rego, numa tentativa de ilustrar a pintura antiga, a palavra, o romance, ou a persistência das imagens cinematográficas ou teatrais que se alinharam como as suas influências marcantes.
Ao compilar fragmentos de pinturas, caçados aqui e ali, Paula Rego arranca da sua memória histórias e imagens que estão associadas às suas impressões visuais mais profundas, auxiliada por novos - mas temporalmente longínquos - estímulos visuais que actualizam essa memória. É precisamente do confronto com as imagens do passado e a sua actualização na experiência/memória visual e narrativa da artista que surge o corpo de obras concebidas durante e após esta experiência com a colecção da National Gallery.
A Caçadora Furtiva, na Casa das Histórias Paula Rego, mostra, com particular destaque, uma série de trabalhos da artista que resultam precisamente deste encontro com as colecções de museus ou os que são criados na sequência de um convite para exposição nesse contexto museológico, sem que haja necessariamente uma relação com as colecções.
É nesta condição de caçadora furtiva que persegue a sua presa e se recolhe, para depois se fundir com ela, que devemos olhar para as obras presentes nesta exposição.

O encontro, furtivo ou explícito, com as histórias e as imagens que as contam nunca se traduz, na obra de Paula Rego, numa tentativa de ilustrar a pintura antiga, a palavra, o romance, ou a persistência das imagens cinematográficas ou teatrais que se alinharam como as suas influências marcantes.

Ao compilar fragmentos de pinturas, caçados aqui e ali, Paula Rego arranca da sua memória histórias e imagens que estão associadas às suas impressões visuais mais profundas, auxiliada por novos - mas temporalmente longínquos - estímulos visuais que actualizam essa memória. É precisamente do confronto com as imagens do passado e a sua actualização na experiência/memória visual e narrativa da artista que surge o corpo de obras concebidas durante e após esta experiência com a colecção da National Gallery.

A Caçadora Furtiva, na Casa das Histórias Paula Rego, mostra, com particular destaque, uma série de trabalhos da artista que resultam precisamente deste encontro com as colecções de museus ou os que são criados na sequência de um convite para exposição nesse contexto museológico, sem que haja necessariamente uma relação com as colecções.

É nesta condição de caçadora furtiva que persegue a sua presa e se recolhe, para depois se fundir com ela, que devemos olhar para as obras presentes nesta exposição.