PAULA
REGO
Fondation Calouste
Gulbenkian
Délégation en
France
Centre Calouste
Gulbenkian
25 de Janeiro a 1 de
Abril 2012
A Fundação Calouste Gulbenkian, em parceria com a Fundação Paula
Rego/Casa das Histórias apresenta em Paris, pela primeira vez, uma
exposição representativa da consagrada artista britânica Paula
Rego, nascida em Lisboa em 1935. A artista, que trabalha sobre a
memória de um tempo de infância vivido em Portugal, teve a sua
formação artística em Londres, cidade onde vive.
Reunindo um conjunto de trabalhos desenvolvidos entre 1988 e
2010, período de total maturidade da artista, a exposição que não
assume qualquer propósito retrospectivo, (con)centra-se na escolha
das séries temáticas que mais contribuíram para o reconhecimento
internacional da sua força e originalidade.
Com uma selecção de pinturas, desenhos e gravuras, num discurso
narrativo onde se cruzam outras disciplinas artísticas, como a
literatura, o cinema, ou o teatro, e a pluralidades das suas
fontes, eruditas e populares, Paula Rego apresenta-se como um
artista figurativa que domina os instrumentos técnicos e os
recursos estilísticos dos grandes mestres, para desenvolver uma
linguagem plástica que age sobre o seu tempo, que o perturba ou
comove, que interpela o espectador e o transforma. As séries
sobre o Aborto (Untitled) (1998) ou a Mulher Cão
(1994) são exemplos de uma vigorosa acção sobre as consciências e
os comportamentos, onde as mulheres surgem inesperadamente
representadas com uma aura de vitalidade, determinação e poder.
Os temas atravessam muitas das complexas áreas das relações
humanas, o lado obscuro e emocional da sua natureza e a ambiguidade
da sua acção, filtrados por uma consciência feminina e
interventiva. Dir-se-á que é uma voz incondicionalmente feminina,
mas acima de tudo é a sua voz, o seu ponto de vista, único e
inconfundível. Em 1998 a artista pintou um Anjo, guardião e
vingador, figura feminina que transporta uma espada e uma esponja,
símbolos da Paixão. É à sua volta que se representa o drama
humano e o escrutínio impiedoso das suas emoções.