Obras não localizadas de Paula Rego
Paula Rego: Anos 50-60
Projeto de edição de catálogo
raisonné
Coordenação Científica: Catarina Alfaro e Leonor de
Oliveira
As imagens que se seguem reproduzem pinturas de Paula Rego
produzidas na década de 1960 e cujo paradeiro é desconhecido.
Agradecemos o envio de qualquer informação sobre a atual
localização destas pinturas, bem como de outras obras deste
período, para o seguinte contacto:
catarina.alfaro@casadashistorias.com
A Casa das Histórias Paula Rego, prosseguindo a sua missão de
estudar e divulgar a obra da pintora, está a levar a cabo o
levantamento de todas as obras produzidas nas décadas de 1950 e de
1960. Este levantamento tem como fim a edição do catálogo raisonné
relativo ao período inicial do seu percurso artístico.
Este projeto surge na sequência da exposição 1961:Ordem e
Caos (maio-novembro 2014), que veio finalmente resgatar do
desconhecimento (ou esquecimento) um conjunto de obras produzido
entre as décadas de 1950 e de 1960.
Permanece, no entanto, ainda por recuperar e estudar
aprofundadamente esta fase menos conhecida do percurso de Paula
Rego. As obras deste período encontram-se dispersas por várias
coleções particulares e correm o risco de sofrer alterações no seu
estado de conservação, devido à diversidade de técnicas e materiais
utilizados. A sua inventariação é, por esta razão, urgente e
necessária.
Depois da formação em Pintura na Slade School of Fine Art
(1952-1956), Paula Rego inicia a sua carreira artística tendo como
principal referência a obra de Jean Dubufett (1901-1985) e a Arte
Bruta que este artista francês teorizou. A pintora segue então um
processo automático de criação, sem recorrer a qualquer estudo ou
reflexão prévios, recuperando o entusiasmo pelo desenho que sentia
em criança, bem como a liberdade criativa que a formação académica
restringira.
Nos seus desenhos e pinturas, as histórias pessoais cruzam-se com
episódios da atualidade e com referências ao regime autoritário
português, o que acrescenta um teor político aos seus
trabalhos.
As obras de Paula Rego introduziram no panorama artístico
português da década de 1960 um efeito singular e inesperado. A
liberdade do seu desenho, a expressão subjetiva dos temas e a
combinação de técnicas, nomeadamente a colagem, constituíram uma
proposta formal renovadora, para além de manifestarem uma abordagem
pessoal das tendências que marcavam a arte internacional desse
período.