Localização
Avenida da República, 300
2750-475 Cascais
+351 214 826 970
Horário
3ª a domingo: das 10h às 18h
Público Geral: 5€
Residentes: 2.5€

Exposições/

Paula Rego e Salette Tavares/

Histórias de todos os dias.
Paula Rego, anos 70

Paula Rego e Salette Tavares:

Cartografias da criatividade feminina nos anos 70

5 de novembro de 2022 a 21 de maio de 2023

 

Paula Rego (1935-2022) e Salette Tavares (1922-1994) conheceram-se por volta de 1964 e foram, para além de amigas na vida privada, também companheiras no mundo da arte. Lembrar a sua amizade e a sua cumplicidade artística neste ano de 2022 acrescenta um outro dado partilhado por ambas, que ensombra, no entanto, esta pequena celebração: o aniversário dos 100 anos de nascimento de Salette Tavares coincide com o ano da morte de Paula Rego.

Esta exposição comemora a sua relação e revela os caminhos distintos, mas cruzados que traçaram no contexto português nos anos 1970 e sobretudo após a Revolução de 25 de Abril de 1974. As protagonistas desta exposição experienciaram os acontecimentos que se seguiram à queda da ditadura em Portugal de forma distinta.

Paula Rego, Dois lindos vestidosPaula Rego, Dois lindos vestidos que a Salette deu à Paula, 1975

Histórias de todos os dias.
Paula Rego, anos 70

 

Paula Rego viveu este período com bastante pessimismo. Não só enfrentou dificuldades económicas e um bloqueio criativo que começara a sentir no início da década, como também cedo se desencantou com o rumo que o país estava a tomar, que parecia encaminhá-lo para um outro tipo de ditadura: falava-se inclusivamente logo a seguir à revolução da promoção de uma arte oficial.

Salette Tavares, por seu turno, dedicou-se à crítica de arte nos anos 1970 e tornou-se em 1974 presidente da secção portuguesa da Associação Internacional de Críticos de Arte (SP/AICA) em 1974 (até 1977). Viveu ativamente os anos seguintes à revolução, defendendo com militância o papel da arte e da cultura e também da intervenção da SP/AICA no abandono da ideologia conservadora e colonialista do Estado Novo e na consolidação do processo de democratização.

Apesar do olhar negativo que Paula Rego sempre manteve sobre a década de 1970, a artista foi logo em 1971 distinguida pelo Prémio Soquil, que confirmou então a sua relevância no panorama artístico português. Para além disto, a sua obra adquiriu a partir desta altura uma grande visibilidade através da sua circulação por várias exposições realizadas no país e no estrangeiro.

 

Curadoria: Catarina Alfaro e Leonor de Oliveira